SPMI e Colégio de Medicina Interna reuniram-se na Ordem dos Médicos para debater futuro da especialidade

A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) e o Colégio da Especialidade da Medicina Interna estiveram reunidos para debater e encontrar uma posição conjunta sobre qual deve ser o papel futuro da especialidade. O encontro decorreu na sede da Ordem dos Médicos (OM), em Lisboa, e contou com a presença do Bastonário, Miguel Guimarães, que prometeu juntar-se à luta dos internistas por uma Medicina Interna mais forte.

Antes de passar a palavra aos especialistas presentes, Luís Campos afirmou que é tempo de agir e que não fazer nada é uma opção que não quer sequer considerar.

“A Medicina Interna é fundamental, sobretudo por dois motivos: temos neste momento 2 milhões de idosos, os grandes consumidores de recursos do sistema de saúde, e esse número só vai aumentar, sendo que a Medicina Interna é a especialidade que consegue dar melhor resposta a este tipo de doentes. Depois, por outro lado, o crescimento do conhecimento aponta para uma visão holística que só a Medicina Interna tem”, explicou o internista, que frisou ainda que só a Medicina Interna tem a capacidade de fazer a ponte com a MGF, cuidados continuados e paliativos, sendo “gestora dos doentes dentro do hospital”.

“Conseguimos antever as necessidades com que estamos a ser confrontados e somos capazes de responder a estes desafios que necessitam de uma Medicina Interna forte e competente”, terminou.

Colégio quer estratégia conjunta

Na sua intervenção, Armando Carvalho, presidente do Colégio de Medicina Interna, começou por destacar o entendimento e partilha de objetivos com a direção da SPMI, mas lembrou que é tempo de aprofundar as questões e atuar em defesa da Medicina Interna.

“Esta reunião tem como propósito discutir algumas estratégias no sentido de serem reconhecidas formalmente algumas especificidades ou diferenciações que alguns internistas possam ter. Em conjunto temos de estudar qual a melhor forma de lutar pelo reconhecimento de competências específicas, se é melhor optar pela criação de subespecialidades, ou ainda por outras denominações”, explicou o especialista, concluindo que a Medicina Interna não pode nesta fase abdicar das competências e do trabalho já feito.

Bastonário da OM deseja Medicina Interna mais forte

Miguel Guimarães ouviu com atenção a contribuição dos vários especialistas que estiveram presentes na reunião e sem contemplações reconheceu que é necessário “reforçar a Medicina Interna e dar-lhe mais força”.

“Temos de buscar uma interdisciplinaridade que funcione e que seja coordenada pelos médicos de Medicina Interna nos hospitais”, disse Miguel Guimarães, que se mostrou disponível para ajudar nessa missão.

“Estou disponível para defender esta posição convosco até ao fim e é essencial ouvir o que os internistas têm a dizer. Quero ajudar a Medicina Interna a recuperar aquilo que deve ser junto da sociedade médica e da sociedade civil”, reiterou o bastonário.

(06/03/2018)