Projeto Formação Alpha Manosidose

O NEDRaras da SPMI, no âmbito do programa Rare Awareness, vai lançar a Formação Alpha Manosidose.

Este projeto será completamente dedicado à doença Alpha Manosidose, estando o programa dirigido para todos os profissionais de saúde com interesse nesta área específica das doenças lisossomais de sobrecarga e contará com o apoio da Chiesi.

Com 3 módulos, em formato digital, esta formação é gratuita, mas carece de inscrição obrigatória.

O Primeiro Módulo, com o tema “SUSPITION OF LSDs” é já no dia 28 de outubro.

A alfa-manosidose é uma doença ultra-rara, que ocorre em aproximadamente 1 para cada 500.000 nascidos vivos. Encontra-se classificada no grupo das doenças de armazenamento lisossomal, sendo causada pela deficiência da alfa-manosidase lisossomal. A alfa-manosidase é herdada de forma autossómica recessiva e é causada por mutações no gene MAN2B1, localizado no cromossoma 19 (19 p13.2-q12).
As crianças afetadas parecem frequentemente normais ao nascimento mas a sua condição piora progressivamente. Contudo, algumas crianças nascem com pé equino ou desenvolvem hidrocefalia no primeiro ano de vida. As características principais são a imunodeficiência (manifestada por infeções recorrentes, especialmente na primeira década de vida), anomalias esqueléticas (disostose múltipla leve a moderada, escoliose e deformação do esterno), perda auditiva (surdez neurossensorial moderada a grave), transtorno progressivo das funções mentais e da fala e, frequentemente, períodos de psicose. Os distúrbios da função motora associados incluem fraqueza muscular, anomalias das articulações e ataxia. O dismorfismo facial é caracterizado por macrocefalia com fronte proeminente, sobrancelhas arredondadas, ponte nasal achatada, macroglossia, dentes muito espaçados, e prognatismo. É comum estrabismo ligeiro. A variabilidade clínica é significativa, representando um contínuo de gravidade.

O diagnóstico é realizado pela medição da atividade da alfa-manosidase ácida em leucócitos ou em outras células nucleadas e pode ser confirmado por teste genético. A secreção elevada de oligossacarideos ricos em manose na urina é sugestiva, mas não diagnóstica, da doença.
O diagnóstico pré-natal é possível, baseado tanto nos métodos bioquímicos como nos genéticos.

Deve ser fornecido aconselhamento genético para explicar a natureza da doença e para detetar portadores.
Os diagnósticos diferenciais principais são outras doenças de armazenamento lisossomal, tal como as diversas formas de mucopolissacaridoses.

O controlo deve ser pró-ativo, prevenindo complicações e tratando os sintomas. As infeções frequentes devem ser tratadas. Frequentemente é necessário tratamento otorrinolaringológico do acúmulo de fluido no ouvido médio, e o uso de aparelhos auditivos é invariavelmente necessário. É necessária intervenção educacional precoce para o desenvolvimento de competências sociais, e a fisioterapia é importante para melhorar a função corporal. Pode ser necessária cirurgia ortopédica.

O prognóstico a longo prazo é mau. A doença tem progressão lenta e insidiosa, com deterioração neuromuscular e esquelética ao longo das décadas, tornando muitos doentes dependentes de cadeira de rodas. Nenhum doente consegue ser completamente independente do ponto de vista social. Contudo, muitos doentes sobrevivem até além dos 50 anos de idade.

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