OM viabilizou reconhecimento da Hepatologia como subespecialidade da Medicina Interna

O Conselho Nacional Executivo da Ordem dos Médicos deu “luz verde” ao processo de criação formal da competência de Hepatologia no seio da Medicina Interna. O anúncio foi feito por Armando Carvalho na sessão de abertura das X Jornadas do Núcleo de Estudos das Doenças do Fígado (NEDF) da SPMI, em Coimbra.

O estudo do fígado tem sido desenvolvido com o empenho de muitos internistas, mas o facto é que, hoje, a Hepatologia ainda não é reconhecida enquanto subespecialidade da Medicina Interna. Essa é uma luta que, como recordou Armando Carvalho, presidente da reunião, “começou formalmente há cerca de 10/11 anos”.

Esbarrou, contudo, na “incompatibilidade de objetivos” das sucessivas direçöes do Colégio de Medicina Interna da OM, que “não concordavam com o reconhecimento de qualquer diferenciação” no seio da especialidade.

OM viabilizou reconhecimento da Hepatologia
Atualmente, a situação é diferente. Apesar de não pretender “ser juiz em causa própria”, Armando Carvalho, que também preside ao Colégio da Especialidade de Medicina Interna da OM, esclareceu: “Já temos ‘luz verde’ do Conselho Nacional Executivo no sentido de podermos criar algo semelhante ao que existe na Gastrenterologia”. Idealmente, “a mesma coisa, o mesmo âmbito, com uma comissão coordenadora conjunta.”

Esta questão vai ser debatida pelo Colégio da Especialidade de Gastrenterologia da Ordem dos Médicos em novembro, existindo a convicção de que “no próximo ano conversaremos em conjunto” e que “poderemos vir a ter algum reconhecimento que não só nos defenda, enquanto internistas com diferenciação nesta área, mas, sobretudo, que defenda os doentes”.

Om

Esta mensagem de esperança de Armando Carvalho “para todos aqueles que se interessam pela Hepatologia agora e no futuro” foi secundada por Maria de Jesus Banza. A coordenadora do NEDF, numa breve intervenção muito dirigida aos médicos mais jovens reunidos em Coimbra, assinalou que “a Medicina Interna tem sido a especialidade que talvez mais tenha seguido doentes do foro da Hepatologia”.

A sessão de abertura das X Jornadas do NEDF contou ainda com a presença de Carlos Cortes, presidente da Secção Regional do Centro da OM, de Pedro Figueiredo, diretor clínico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, e de Luís Campos, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna.

Armando Carvalho, José Pedro Figueiredo, Maria de Jesus Banza, Luís Campos, Carlos Cortes e Arsénio Santos.

Armando Carvalho, José Pedro Figueiredo, Maria de Jesus Banza, Luís Campos, Carlos Cortes e Arsénio Santos.

O dirigente da SPMI reforçou a importância e a dinâmica dos núcleos da Sociedade que, no seu conjunto, exprimem a grande diversidade da especialidade. “Todos temos uma componente generalista, que soubemos preservar, a bem dos nossos doentes, mas muitos de nós desenvolvemos uma área de diferenciação”, explicou. “Sermos capazes de acomodar esses diferentes perfis de internista dentro da Medicina Interna é o desafio mais importante da especialidade nos próximos anos”.

(18/10/2016)