Notícia | Risco e Segurança do Doente em MI

Risco e segurança do doente: uma preocupação inerente à Medicina

“Ainda que se aborde o tema da segurança do doente como algo novo, na realidade esta preocupação está inerente à Medicina, há séculos, pois já Hipocrates dizia “Primum non nocere”, o principio da não maleficência”, afirmou Sílvia Oliveira, enfermeira, coordenadora do Gabinete de Gestão do Risco do Hospital de Braga e oradora na sessão “Risco e segurança do doente em Medicina Interna”, que se realizou durante a manhã de sábado.

E acrescentou: “Acredito que possibilitar este momento de discussão é uma importante demonstração de que a segurança do doente assume um papel mais consciente e cuja partilha de experiência é uma oportunidade de aprendizagem para todos.”

Durante a sua apresentação, subordinada ao tema “Experiência de um centro – Hospital de Braga”, Sílvia Oliveira fez a partilha de exemplos práticos de uma unidade hospitalar, onde evidenciou a importância dos profissionais de saúde terem a segurança do doente como um foco, a par de outros saberes, na tomada de decisões clínicas.

Assim sendo, a enfermeira faz referência à publicação do Plano Nacional de Segurança do Doente 2015-2020 – Despacho n.º 1400-A/2015, onde são propostas ações e apresentadas metas objetivas em nove áreas de intervenção.

“Uma das áreas que destaco é a prevenção de quedas, na medida em que os doentes de Medicina Interna, por razões diversas, tais como a idade, polimedicação, comorbilidades, entre outras, têm um risco acrescido de queda em contexto hospitalar”, salienta Sílvia Oliveira. E desenvolve: “A intervenção deve ser multidisciplinar, mas o papel do médico é muito importante, por exemplo na prescrição de terapêutica.”

A oradora alertou, ainda, os presentes para a importância da notificação de eventos adversos, como ferramenta para identificar oportunidades de melhoria, dando exemplos práticos, demostrativos de como a notificação alterou práticas e melhorou a segurança do doente.

“A literacia do doente para a segurança na saúde é igualmente importante, mas para isso os profissionais devem estar sensibilizados para a aceitação do envolvimento do doente na sua própria segurança”, observou Sílvia Oliveira.

A sessão “Risco e segurança do doente em Medicina Interna” foi presidida por João Sá, diretor do Departamento de Medicina e diretor clínico adjunto do Hospital da Luz, moderada por Paulo Gouveia, internista do Hospital de Braga, e contou ainda com as apresentações de José Fragata, diretor do Departamento Coração, Vasos e Tórax do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central, que falou sobre “Segurança do doente”, e de Manuel Delgado, ex-secretário de Estado, que abordou o tema “Morbi-mortalidade na Península Ibérica”.