Notícia | Educação para a saúde na Diabetes Mellitus Tipo 2

Educação para a Saúde na Diabetes Mellitus Tipo 2

“Falar de tratamento da Diabetes Mellitus Tipo 2 implica falar da nutrição”, afirmou Edite Nascimento, especialista em Medicina Interna, na sessão “Educação para a Saúde na Diabetes Mellitus Tipo 2”, onde trouxe para cima da mesa o tema “Nutrição”, durante a manhã de domingo.

A médica realçou também a importância do internista que acompanha pessoas com diabetes, necessitar de algum conhecimento nesta área para poder recomendar um plano alimentar saudável e também responder às inúmeras questões que utentes têm nesta área.

Apesar de não existir um consenso relativamente ao número e constituição das refeições diárias, Edite Nascimento recomendou “uma dieta diversificada, equilibrada e individualizada é fundamental ao longo de toda a vida, como fazendo parte integrante do plano terapêutico”.

“Os mitos criados, giram em torno da culpa e da punição. Mais que proibir é preciso encontrar alternativas”, terminou.

Para Romeu Mendes, especialista em Medicina Interna, a atividade física é um dos pilares do tratamento da Diabetes Tipo 2 e faz parte do algoritmo de abordagem inicial à doença a par do padrão alimentar e da terapia farmacológica.

E acrescentou “os benefícios observam-se não só no controlo glicémico, mas também nos fatores de risco cardiovascular associados – como na pressão arterial, no perfil lipídico e na gordura corporal, mas ainda no risco de quedas, na funcionalidade e na qualidade de vida”.

Não obstante, “apenas 1/3 das pessoas com Diabetes em Portugal pratica exercício físico de forma regular”, esclareceu.

Romeu Mendes, deu a conhecer algumas das ferramentas de promoção da atividade física que foram desenvolvidas para os profissionais de saúde, em Portugal. Para uma avaliação dos comportamentos sedentários do doente, o especialista, sugere “o sistema SClínico, que inclui uma ferramenta para a avaliação da atividade física, como um ‘sinal vital’ em todas as consultas”. Já no que toca à adequação do melhor tipo de exercício físico, recomendou “a plataforma ‘Diabetes em Movimento’, que permite prescrever um programa de exercício físico personalizado a cada utente com o apoio de imagens e vídeos de estratégias de baixo custo e elevada aplicabilidade”.

“A disfunção sexual é uma complicação da Diabetes Mellitus com impacto significativo na restante saúde e qualidade de vida, individual e do casal. Contudo, nem sempre é devidamente valorizada pelo doente e médicos”, lançou Nuno Trovão, assistente hospitalar de Psiquiatria, onde falou do tema “Sexualidade no doente diabético”.

Alertou ainda para as diferentes fases de funcionamento sexual poderem estar acometidas, e por mecanismos diversos, relacionados com a Diabetes ou com os fatores de risco partilhados.

Segundo Nuno Trovão, um maior investimento da colheita da função sexual e o tratamento das disfunções sexuais pode ter elevado valor bidirecional: favorecendo o tratamento da Diabetes e a função cardiovascular.

O psiquiatra apontou ainda como sugestão “algumas técnicas psicoeducativas simples sobre sexualidade e a adaptação das práticas à medida do doente. Além da referenciação multidisciplinar, podem trazer notórios benefícios terapêuticos”.

A sessão foi presidida por Estevão de Pape e moderada por Lélita Santos, ambos especialistas em Medicina Interna.