Menção honrosa do prémio Boas Práticas em Saúde “é um incentivo para continuar”

O projeto do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental “Programa de gestão integrada de cuidados aos doentes crónicos complexos”, do Serviço de Medicina do Hospital de São Francisco Xavier em conjunto com ACEs de Oeiras, liderado por Luís Campos, foi distinguido com uma Menção Honrosa pelo prémio Boas Práticas em Saúde. Os seus autores acreditam que o reconhecimento é um sinal de que a abordagem que propõem tem caminho para andar e deve ser aprofundada.

“É um incentivo receber esta Menção Honrosa. Leva-nos a querer continuar e fazer ainda mais, sobretudo no sentido de fazer crescer o nosso projeto com mais médicos e enfermeiros, e depois procurando replicá-lo dentro do nosso centro hospitalar e fora dele”, afirma Nuno Ferreira, um médico internista que integra a equipa deste projeto, que acrescenta que o futuro passa pela integração de cuidados entre o internista, no hospital, e o médico de família, no centro de saúde, numa “abordagem global e com uma gestão mais eficaz do doente complexo”.

Cortesia  Just News

Créditos: Nuno Branco

Já Carlos Russo, médico de Medicina Geral e Familiar e outro dos membros da equipa, afirma que esta Menção Honrosa é o reconhecimento da evolução natural dos serviços e dos cuidados aos doentes.

“Temos de deixar de lado os modelos repetidos e centrados na doença, os serviços organizados neles próprios, e perceber que temos de criar processos assistenciais integrados que forneçam cuidados centrados no doente, respeitando o seu trajeto de vida. Esta deve ser a resposta para prestarmos melhores cuidados aos nossos doentes para que tenham melhor qualidade de vida. Tudo numa envolvente de multidisciplinariedade, envolvendo o administrador hospitalar, médicos, enfermeiros, secretários clínicos, quer nas USF quer no hospital.”

Luís Campos, diretor do Serviço de Medicina Interna do Hospital São Francisco Xavier, de quem partiu a iniciativa do projeto, afirma que “a integração de cuidados é a maior oportunidade de mudança que se apresenta ao nosso sistema de saúde e que este projeto representa uma mudança de paradigma na resposta aos doentes crónicos, que tem sido fragmentada, episódica, através das urgências, reativa e centrada na doença, para uma abordagem integrada, proactiva e centrada no doente”.

Na 11.ª edição do prémio Boas Práticas em Saúde, organizada pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar (APDH), em parceria com a Direção-Geral da Saúde (DGS), a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e as Administrações Regionais de Saúde (ARS), a Medicina Interna esteve em destaque com a apresentação de mais dois projetos, entre os dez finalistas: o projeto da Unidade de Ortogeriatria do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, e projeto em Ortogeriatria do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO).

O prémio Boas Prática em Saúde foi entregue ao Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil pelo projeto “Reorganização da área de ambulatório do IPO Porto: unidades de prática integrada, avaliação aos 10 anos de implementação, o caso da Clínica da Mama”.

(24/11/17)