II Encontro Anual do NEEco: o POCUS dentro da Medicina Interna
O II Encontro Anual do Núcleo de Estudos de Ecografia (NEEco) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) realizou-se no dia 22 de abril, no VIP Executive Art´s Hotel, em Lisboa. “POCUS (Point-of-care Ultrasonography) sem fronteiras” foi o tema principal deste encontro que teve como objetivo criar uma rede de praticantes de POCUS dentro da Medicina Interna, lançar os fundamentos sólidos para a elaboração de uma lista de competências nesta prática, criar os fundamentos para criar uma rede de centros de estágio em POCUS e aumentar a produtividade de publicações científicas na área.
“POCUS é o quinto pilar do exame físico. É tão importante que faz todo o sentido estar dentro da Medicina Interna”, começou por dizer, entusiasmado, José Mariz, coordenador do Núcleo de Estudos de Ecografia, na sessão de abertura.
De seguida, Miguel Romano, coordenador adjunto do mesmo núcleo, explicou a importância da ecografia, evidenciando que a própria federação europeia de MI tem cada vez um maior interesse na mesma, começando a “ser muito difícil negar a importância do Point-of-care na nossa rotina diária”.
O encontro, com a participação de especialistas nacionais e internacionais, teve como primeiro tema “O papel da ecografia na UCI”. Thiago Santos, da Unicamp, Campinas, Brasil, deu início à sua apresentação ao percorrer a história da terapia intensiva. Debateu acerca da monitorização intensiva vs o cuidado intensivo, referindo que o Point-of-care “orbita em três pontos: beira do leito, perguntas clínicas objetivas e tempo real”.
“O POCUS não é só o quinto pilar do exame físico. É o adjunto do cuidado”, afirmou.
O especialista terminou dizendo que o “POCUS tem múltiplas utilidades na UCI, que deve ser usado durante as visitas à beira-leito e de forma multidisciplinar e que devem ser tidos caminhos de raciocínio para as situações mais comuns e mais emergenciais”.
O segundo tema da manhã, “O papel do internista na ecocardiografia”, foi debatido por Teresa Souto Moura, do Centro Hospitalar de Lisboa Central, que começou por apresentar a história da ecocardiografia. “A ecocardiografia saltou fora do laboratório, para vários locais, como: pré-hospitalar, bloco operatório, serviço de urgência, unidades de CI e enfermaria, uma vez que os doentes também são distintos. Diferentes tipos de locais, diferentes doentes e diferentes tipos de ecocardiografia. E onde estão os internistas? Em todos os locais”, explicou.
“Pode/ deve o internista fazer ecocardiografia de laboratório? Pode ir além do FoCUS?”, perguntou a oradora, que, apresentou a história e prática da ecocardiografia na Medicina Interna do CHULC.
Revelou, ainda, as regras de ouro desta prática: melhoria de conhecimentos e atualização constante, base regular de execução da técnica, controlo de qualidade, reconhecimento das limitações e “pitfalls” da técnica e reconhecimento das limitações individuai de cada operador.
Para terminar apresentou os casos mais interessantes que lhe passaram pelas mãos, no último ano, proporcionando um momento de interação entre todos os presentes, com o contributo de Isabel Marcão.
O encontro foi preenchido com uma panóplia de outros temas, quizzs, apresentação de comunicações orais e, no final, com a atribuição de prémios.
(24/04/2023)