Hospitalização Domiciliária: COVID-19- Documento de Consenso

Documento de Consenso de peritos sobre o posicionamento da Hospitalização Domiciliária como estratégia integrada no Plano Nacional de preparação e resposta para a doença por Coronavírus (COVID-19)

Rita Nortadas1, Pedro Correia Azevedo1 , Catarina Pereira2 , Vitória Cunha1,  Conceição Escarigo1, Daniela Mendes2
, Marta Monteiro2, Fátima Valério3, Olga Gonçalves2, Francisca Delerue1

Núcleo de Estudos de Hospitalização Domiciliária da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
1. Unidade de Hospitalização Domiciliária, Hospital Garcia de Orta 2. Unidade de Hospitalização Domiciliária, Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho 3. Unidade de Hospitalização Domiciliária, Centro Hospitalar Médio Tejo

PREÂMBULO
Considerando a pandemia declarada pela Organização Mundial da Saúde e a rápida evolução e disseminação da infeção causada pelo agente Coronavírus SARS-CoV-2 no território nacional, o Núcleo de Estudo de Hospitalização Domiciliária (NEHospDom) da Sociedade Portuguesa Medicina Interna (SPMI) elaborou um documento de  Consenso onde se define o modelo de intervenção que as Unidades de Hospitalização Domiciliária (UHD) devem adotar em articulação com as restantes entidades da saúde locais envolvidas, nomeadamente as Unidades de Saúde Pública.

CONSENSO
A Hospitalização Domiciliária (HD) existe em Portugal desde 2015 e está regulamentada pela Norma da Direção Geral da Saúde 020/2018. Consiste numa alternativa ao internamento convencional (hospital at home – um modelo particular de home care), destinada a doentes agudos ou crónicos agudizados que exijam cuidados de nível
hospitalar e que cumpram critérios clínicos, sociais e geográficos que permitem o internamento no domicílio.1, 2, 3, 4

A patologia infeciosa aguda, nomeadamente a infeção respiratória, está incluída no grupo de patologias consideradas elegíveis para internamento em HD, sendo um dos diagnósticos principais mais frequentes e representando 30% do total dos internamentos em HD. Nestes doentes está também contemplada a possibilidade de realização de oxigenoterapia domiciliária em casos de insuficiência respiratória tipo 1 ligeira. A identificação precoce do doente infetado em risco de progressão para doença grave e do doente com apresentação inicial grave permite uma orientação clínica especifica, assim como a aplicação imediata de medidas de isolamento e controlo de
infeção.

A infeção por Coronavírus SARS-CoV-2 tem um espectro clínico alargado podendo o indivíduo permanecer assintomático ao longo de todo o curso da doença, ou dar origem a um quadro respiratório que pode estender-se desde formas leves limitadas a tosse e febre, a situações graves de pneumonia intersticial, com evolução para ARDS (acute respiratory disstress syndrome) e com compromisso multiorgânico funcional.5

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