Curso Hospitalização Domiciliária – “O nosso lema é divulgar, expandir e uniformizar”

Realizado no passado sábado dia 26, o Curso de Hospitalização Domiciliária representou, para o grupo de formandos, uma oportunidade formativa de excelência para aprofundar conhecimentos sobre HD e consolidar valências fundamentais ao exercício da prática clínica ao domicílio.

Reconhecer o processo de admissão em Hospitalização Domiciliária; identificar características do trabalho multi e interdisciplinar em HD; reconhecer a gestão do doente agudo e crónico agudizado em HD e a metodologia para a educação em saúde e reconciliação terapêutica encabeçaram as principais aprendizagens partilhadas no encontro formativo.

“Os cursos de HD são importantes pois são mais virados para a parte de uniformização nossos procedimentos, em todas as unidades. O curso correu muito bem, houve um feedback bom das pessoas que participaram”, começou por destacar Francisca Delerue, Diretora da Unidade de Hospitalização Domiciliária (Unidade pioneira em Portugal em 2015, que teve início no Hospital Garcia de Orta. EPE (HGO)).

Criada no final de 2015, o trabalho desenvolvido pela Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD), permitiu, nos cinco anos seguintes, aumentar a capacidade de internamento no Hospital Garcia de Orta em 26.425 dias para doentes cuja condição clínica exige que permaneçam em ambiente hospitalar.

A nível nacional em 2021, refere Francisca Delerue, foram “tratados 7253 doentes, correspondendo a 70.383 dias de internamento (cerca de 300 camas diárias)”.

“Por exemplo, em Espanha, existem muitas unidades, mas são muito díspares, não funcionam todas da mesma maneira. O nosso lema é divulgar, expandir e uniformizar, algo que é muito importante pois há sempre unidades novas a serem criadas”, referiu a Diretora do serviço de Medicina Interna do Hospital Garcia de Horta, em Almada.

De procedimentos burocráticos à atualização de conhecimentos sobre patologias, o Curso de HD permitiu aos formandos adquirir uma visão transversal do serviço.

“Falámos de questões burocráticas pois é importante que tudo seja feito de forma transparente e com qualidade. Falámos, também, muito de qualidade e segurança pois temos de ter qualidade no que fazemos e segurança quer para a equipa quer para o doente”, disse.

Patologias associadas à HD “nomeadamente da patologia infeciosa que é predominante” e acessos venosos “, isto é, cateteres que são cada vez mais usados” foram outros dos assuntos que marcaram o encontro formativo.

Francisca Delerue frisa que a partilha de ideias e experiências representa uma mais-valia, para qualquer profissional de HD.

“Procuramos, no decorrer do curso, aproveitar aquela que é a experiência de cada equipa para evoluirmos de forma uniforme”, conclui a médica internista.

Nos dias 3 e 4 junho realizar-se-á, este ano, aquele que será o 2º Congresso Nacional de Hospitalização Domiciliária, no Hotel Tryp Lisboa Caparica Mar.

(04/04/2022)