CAMI tornou-se a concretização de um sonho e sinónimo de sucesso

Realizar um curso de atualização que juntasse várias áreas da Medicina foi o “sonho” que juntou vários especialista de Medicina Interna e deu corpo ao primeiro Curso de Atualização em Medicina Interna (CAMI) realizado em Portugal e promovido pela Sociedade Portuguesa de Medicina Interna.

O Seminário de Vilar, no Porto, foi o local escolhido para a primeira edição do CAMI, que juntou 200 inscritos, 40% dos quais especialistas em Medicina Interna. As doenças autoimunes, as doenças cardíacas, endócrinas e metabólicas, a hematologia, as doenças respiratórias, a neurologia, a hepatologia, as doenças infeciosas, a gastrenterologia e a nefrologia foram algumas das áreas que ao longo de seis dias ocuparam os alunos deste curso que, como explicou Maria da Luz Brazão, nasceu dos “sonhos” de muitos internistas.

Sandra Morais, Luísa Eça Guimarães, Andreia Vilas-Boas, Maria da Luz Brazão, Inês Chora e Carla Araújo

“É bom verificar que temos uma sala cheia. Este curso é a realização do sonho de muitos de nós. Quando há uns anos estivemos num curso em Harvard pensámos que era tão bom ter algo semelhante em Portugal, um curso na nossa língua. Pois bem, conseguimos e tenho a certeza de que vai ser um sucesso, pois temos um grupo de docentes que vai fazer uma verdadeira atualização da Medicina Interna”, disse a coordenadora desta primeira edição do CAMI e secretária adjunta da SPMI, que destacou ainda a presença de muitos especialistas entre os inscritos e elogiou a sua vontade em atualizar-se.

Luísa Eça Guimarães, outras das coordenadoras deste curso, realçou o facto de a comissão organizadora ter conseguido reunir 65 palestrantes de muito valor e experiência para a primeira edição do curso, e revelou que foi a própria experiência da comissão organizadora que criou o impulso necessário para fazer nascer o CAMI.

Luísa Eça Guimarães, João Araújo Correia e Maria da Luz Brazão

“Este curso surgiu porque quando fizemos o exame da especialidade fomos a Boston fazer um curso que nos permitiu, ao fim de cinco anos de especialidade, reavivar alguns conhecimentos e, sobretudo, saber o que valorizar. Reconhecemos que é uma possibilidade um pouco longínqua e dispendiosa, e daí surgiu a ideia de fazer algo semelhante em português e em Portugal. Dois anos depois de Boston cá estamos, e admito que é uma realização pessoal ter erguido este CAMI”, afirmou a especialista.

O presidente da SPMI, presente nessa condição mas também como orador numa sessão sobre doenças autoimunes, explicou o que o surpreendeu no sucesso que rodeou esta primeira edição.

“O êxito do CAMI, visível no número de inscritos, foi para mim uma boa surpresa.

Não é novidade que os internistas querem manter-se atualizados em todas as matérias. Não é surpresa que manifestem curiosidade por todas as áreas de interesse médico, dentro ou fora da sua prática habitual. Também não me surpreende que queiram dar aos seus doentes o melhor que o saber atual permite. O que me surpreende é que tenham buscado esse conhecimento atualizado e de qualidade no seu país, que tenham confiado nos seus pares, internistas como eles, mas líderes nas suas áreas de interesse”, sublinhou João Araújo Correia, concluindo que tal cenário é resultado “da riqueza da SPMI e dos seus núcleos de estudo”.

(28/11/2018)