Última reunião dos Corpos Sociais 2018-2021 – Orgulho e missão cumprida

Última reunião dos Corpos Sociais 2018-2021 – Orgulho e missão cumprida

Na tarde desta sexta-feira, a atual Direção da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), presidida por João Araújo Correia, eleita para o triénio 2018-2021, reuniu-se pela última vez, com uma extensa Ordem de Trabalhos, como sempre aconteceu, pela necessidade de gerir com eficácia esta grande Sociedade Científica. Naturalmente, também houve tempo para fazer um balanço dos últimos três anos, sendo relembradas as principais realizações desta “equipa”, tendo ficado no ar um sentimento de missão cumprida entre os membros.

Nas palavras proferidas por João Araújo Correia ficou bem patente a sensação de bem-estar por todos os feitos durante estes três anos, que ficaram marcados pela pandemia covid-19, tendo a Direção, de acordo com o seu presidente, “ultrapassado as suas próprias expectativas”.

“Mantivemos o que de bom já tinha sido conseguido, mas conseguimos acrescentar muito à Organização e ao prestígio da Medicina Interna (MI)”, afirma João Araújo Correia, dando uma palavra de gratidão aos seus antecessores. “Com especial destaque às Direções do Prof. Teixeira Veríssimo e do Dr. Luís Campos, que prepararam a SPMI a todos os níveis, especialmente na área digital e da profissionalização do Secretariado”.

O presidente agradece também aos que o acompanharam, ou seja, os elementos dos Corpos Sociais da SPMI 2018-2021, que, segundo referiu, “foram sempre coesos, solidários e leais e em que todas as decisões foram colegiais”.

Além disso, não deixa de salientar e de se mostrar agradavelmente estupefacto, ao constatar que em 2020, ano de pandemia, “a SPMI obteve o seu melhor resultado económico de sempre, apesar da contratação de mais dois funcionários para o secretariado”; assim como a “vitória saborosa”, pela mudança de paradigma, em que o Congresso Nacional deixou de ser a única fonte de financiamento da SPMI.

Um mandato de realizações

Para reforçar ainda mais o sentimento de felicidade, gratidão e missão cumprida que se fazia sentir, João Araújo Correia fez um apanhado daquelas que considera ser as maiores realizações desta Direção.

“Chegámos ao fim deste mandato com a noção de que a SPMI cresceu ainda mais, e que a MI é procurada pelos meios de comunicação, como uma voz competente, com a sabedoria de quem está no terreno”, salienta João Araújo Correia.

Começou por fazer referência ao significativo incremento das relações entre MI e Medicina Geral e Familiar: “Realizámos muitas reuniões bilaterais e duas históricas conjuntas, na Secretaria de Estado da Saúde. Além da assinatura de dois documentos de consenso “Gestão do Doente Agudo em Portugal” e “Tratamento Integrado do Doente Crónico”, recorda.

Continua fazendo menção à publicação de critérios de competência em áreas específicas e ao desenvolvimento significativo das relações com a APAH. “Foram realizados três Barómetros dos Internamentos Sociais, parceria num programa da OMS, que fazia a previsão semanal das necessidades de camas de enfermaria e de Cuidados Intensivos, em vista da incidência da infeção covid-19. Participámos em reuniões nacionais das duas organizações e na publicação de um livro sobre “Medicina de Proximidade”, salienta.

De acordo com João Araújo Correia, as reuniões e formações realizadas neste triénio foram muitas, desde três Reuniões de Diretores e Orientadores de Formação; a marcada evolução do Centro de Formação, que se reinventou, reduzindo o número de formandos presenciais e aumentando exponencialmente os de via eletrónica; duas Festas da Saúde, no Porto e em Viseu; três Congressos Nacionais, nos Salgados, em Vilamoura e em Braga; e três Reuniões dos Coordenadores dos Núcleos de Estudo.

Mas não é tudo, esta Direção esteve também envolvida na promoção de um “amplo debate”, interno e nos media, sobre a convicção do enorme erro que será a eventual criação de uma especialidade de Medicina de Urgência, “na atual situação em que os Cuidados Primários não dão resposta à doença aguda ligeira a moderada”. “Fizemos um inquérito a todos os sócios e podemos dizer que mais de 70 por cento pensam como nós, isto é, que em Portugal, a segurança do doente no SU só é assegurada com a presença do Internista, para além de 85 por cento dizerem que a Urgência, é essencial para a sua formação”, afirma.

Foram ainda organizadas duas Cimeiras SEMI/SPMI, em 2019, em Málaga, e 2021, no Porto, que, de acordo com João Araújo Correia, serviram para estreitar relações e estabelecer parcerias para trabalho científico entre os Núcleos de Estudo e os “Grupos de Trabajo”.

Mas não termina por aqui, o presidente da Direção da SPMI menciona ainda que a Sociedade foi proponente da Candidatura de Ricardo Gomez Huelgas a Presidente Eleito da EFIM. “Foi um sucesso, e irá contribuir para a afirmação do modelo do exercício da MI na Península Ibérica, como o que melhor responde aos desafios do nosso tempo”, observa.

João Araújo Correia lembra que foram também feitos dois Inquéritos aos Diretores dos Serviços de MI, sobre o trabalho dos Internistas na 1.ª e 2.ª vagas de 2020. “Afirmaram a MI como a especialidade mais envolvida na luta contra a pandemia”, observa.

O presidente não se esqueceu do lançamento, em 2018, da campanha “dezembro – Mês da Medicina Interna”, que, segundo referiu, tem, à semelhança da Festa da Saúde, o objetivo de “aproximar os internistas da população, para que as pessoas entendem melhor a sua missão”.

Fazendo referência ao Livro dos 70 anos da SPMI “A Missão de Cuidar”. “tem como autora a Maria Elisa, que fez dele uma leitura obrigatória para qualquer espírito curioso. Esta Direção traçou o ´road-map´ essencial, e toda a colaboração que a Maria Elisa solicitou, mas a Autora construiu uma obra fantástica, onde não faltam histórias de doentes e cuidadores, que recordam a importância do trabalho médico muito para além da cura, que irá orgulhar os Internistas Portugueses.”

“Fizemos 22 reuniões dos Corpos Sociais, com milhares de emails trocados entre nós. Foi um trabalho homérico que fizemos juntos, do qual nos podemos orgulhar”, termina João Araújo Correia.

(24/09/2021)