SPMI integra Conselho Português para a Saúde e Ambiente

A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna integra o Conselho Português para a Saúde e Ambiente (CPSA), criado no passado dia 31 de outubro numa sessão que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Quarenta organizações da área da saúde constituíram o CPSA, com o objetivo de diminuir o impacto das alterações climáticas na saúde e reduzir a pegada ecológica neste setor.

O CPSA, que reúne seis ordens profissionais, associações, sociedades científicas, instituições académicas, laboratórios, grupos privados de saúde, a Santa Casa de Misericórdia de Lisboa e a indústria farmacêutica, visa também preparar o sistema de saúde para eventos inesperados e uma nova epidemiologia das doenças, bem como reduzir a pegada ecológica do setor da saúde, responsável por 4,4% da emissão de gases com efeito de estufa.

Para o CPSA é uma necessidade premente que os diferentes profissionais e organizações relacionadas com a saúde intervenham, de forma conjunta, nestas questões da mudança do clima, da degradação ambiental e do seu impacte sobre a saúde.

Para Lèlita Santos, faz todo o sentido a SPMI integrar o CPSA uma vez que “os Internistas têm a obrigação ética de se envolver neste alerta já que as alterações climáticas irão trazer a alteração epidemiológica das doenças e o aumento de algumas patologias nomeadamente a nível cardiovascular e pulmonar”.

Luís Campos, impulsionador da criação deste Conselho e presidente da Comissão de Qualidade e Assuntos Profissionais da Federação Europeia de Medicina Interna explica que a criação do conselho “vem da consciência” que existe da “grande repercussão” que acontecimentos, como a sobrepopulação, o esgotamento das reservas naturais, a degradação dos ecossistemas e as alterações climáticas, estão a ter na saúde das populações.

Mais de 5 milhões de mortes em excesso podem ser atribuídas a temperaturas anormalmente extremas e a poluição, por exemplo, é responsável por cerca de 9 milhões de mortes por ano”, conclui.

O CPSA pretende que o sistema de saúde esteja cada vez mais preparado para dar resposta a estas mudanças e a estes acontecimentos que vão ser cada vez mais frequentes no futuro.

(15/11/2022)