«O peso das doenças hepáticas está subvalorizado em Portugal»

«O peso das doenças hepáticas está subvalorizado em Portugal»

A criação da competência ou subespecialidade de Hepatologia no âmbito da Medicina Interna pela Ordem dos Médicos e o peso das doenças hepáticas em Portugal são alguns dos temas abordados por Armando Carvalho, em entrevista à Just News, a propósito das X Jornadas do Núcleo de Estudos de Doenças do Fígado (NEDF) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna. O evento decorre em Coimbra, ao longo dos dias 7 e 8 de outubro.

O diretor do Serviço de Medicina Interna A do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e presidente do Colégio da Especialidade de MI da Ordem dos Médicos preside à reunião, este ano organizada pela Unidade Funcional de Doença Hepática do Serviço de Medicina Interna A do CHUC.

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Armando Carvalho com elementos da Unidade Funcional de Doença Hepática, responsável pela organização das Jornadas.

Ao longo da entrevista, publicada no Jornal que será distribuído aos participantes das X Jornadas do NEDF, Armando Carvalho sublinha que as doenças hepáticas têm, em Portugal, “um peso importante, sobretudo pelo elevado consumo de álcool, mas também por causa das hepatites virais, da esteatohepatite não alcoólica, da obesidade, da diabetes e da síndrome metabólica”.

Refere que as doenças hepáticas são “uma causa importante de morbilidade e mortalidade (a cirrose hepática é a 10.ª causa de morte em Portugal), gerando elevado número de consultas e internamentos e, consequentemente um grande peso económico, quer direta (custos em saúde), quer indiretamente (dias de trabalho perdidos)”.

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Relativamente à escolha dos temas das X Jornadas do NEDF, o diretor do Serviço de Medicina Interna esclarece que “a nossa preocupação foi abordar as áreas mais importantes, tentando mostrar o que há de mais recente em cada uma delas e o que podemos vir a ter no futuro” e adianta que, este ano, será utilizada uma metodologia diferente para a abordagem dos vários temas:

“Em vez de se realizarem mesas-redondas clássicas, teremos sessões em que há uma pequena introdução sobre o estado da arte e as perspetivas e depois a discussão de quatro casos clínicos exemplificativos de problemas dentro de cada área, seguindo-se uma nota final. Com isso, pretendemos motivar mais as pessoas e pô-las a discutir a realidade de forma ativa e com ênfase na prática clínica”.

(6-10-2016)