Inquérito sobre as condições como são acompanhados os doentes em fim de vida nas Enfermarias de Medicina Interna portuguesas

A maior parte dos Portugueses morre no Hospital, realidade que vem aumentando desde há anos. A maioria dessas mortes ocorre em Enfermarias com apoio de Medicina Interna. Neste contexto a SPMI e a SEMI (Sociedade Espanhola de Medicina Interna) elaboraram um “Consenso sobre boas práticas na intervenção junto dos doentes internados em Medicina Interna em situação de últimos dias de vida”, que contou com a colaboração dos Coordenadores do NEBio e do NEMPal. A versão em espanhol já foi publicada: Díez-Manglano L, Sánchez Muñoz LÁ, García Fenoll R, Freire E, Isasmendi Pérez SI, Carneiro AH, Bonafonte OT, en nombre del Comité Directivo – Guía práctica clínica de consenso sobre buenas prácticas en los cuidados al final de la vida de Sociedade Española y Portuguesa de Medicina Interna – Revista Clínica Española, Volume 221, Issue 1, January 2021, Pages 33-44

Com base nesse documento desenvolvemos um inquérito distribuído entre os Internistas Portugueses, para obter uma amostra da realidade tal como ela é percebida pelo Internista no acompanhamento das pessoas que morrem ao seu cuidado nas enfermarias dos Hospitais Portugueses. Tendo em consideração essa amostragem passaremos à fase seguinte desencadeando o projeto “Morte iminente em Medicina Interna”, aprovado e apoiado pela Direção da SPMI e que conta com o apoio do International Collaborative for the Best Care for the Dying Person e do ICS da Universidade Católica Portuguesa.

Inquérito sobre as condições de fim de vida nas Enfermarias de Medicina Interna portuguesas

Caracterização da Amostra:

Género *

Masculino

Feminino

Idade: *

≤ 30

31-50

51-65

≥66

Especialidade ( assinale todas as situações que se aplicam ao seu caso ) *

Medicina Interna

Medicina Intensiva

Outra especialidade

Competência em Medicina Paliativa

Função *

Especialista

Interno de formação especifica

1. No seu serviço, à admissão, avaliam-se as necessidades paliativas do doente e essa avaliação é repetida durante a hospitalização? *

2. No seu serviço, à admissão, identificam-se os doentes em situação de últimos dias de vida e essa avaliação é repetida durante a hospitalização? *

3. No seu serviço a condição de doente a necessitar de cuidados paliativos ou em situação de últimos dias de vida consta dos registos clínicos *

4. No seu serviço avalia-se, nos doentes hospitalizados com doença avançada, o que ele sabe da sua doença e exploram-se os seus valores e preferências *

5. No seu serviço avalia-se, nos doentes hospitalizados com doença avançada, o que os familiares sabem da doença e exploram-se os seus valores e preferências *

6. No seu serviço, nos doentes hospitalizados com doença avançada consultam-se os registos relativos à vontade do doente e às diretivas antecipadas de vontade / RENTEV *

7. No seu serviço, nos doentes em situação de últimos dias de vida, consultam-se os registos relativos à vontade do doente e às diretivas antecipadas de vontade / RENTEV *

8. No seu serviço, documenta-se nos registos clínicos do doente hospitalizado com doença avançada o que ele e os seus familiares sabem da doença, quais os valores, preferências e a vontade do doente, assim como e existência ou não de diretivas antecipadas de vontade. *

9. No seu serviço, na presença de doente em situação de últimos dias de vida, informa-se a família e os cuidadores da proximidade da morte *

10. No seu serviço, documenta-se nos registos clínicos o processo de informação do doente e dos seus familiares *

11. No seu serviço, a informação ao doente e familiares decorre com intimidade e privacidade *

12. No seu serviço, há um modelo de informação, que inclui tempo dedicado para a comunicação ao doente e família *

13. No seu serviço, nos doentes em situação de últimos dias de vida é avaliado e documentado nos registos clínicos, de forma sistemática, a presença de sintomas e o grau de controlo dos mesmos *

14. No seu serviço há linhas de orientação clínica atualizadas para tratamento paliativo e de últimos dias de vida, orientado para o conforto e controlo de sintomas *

sim

não

15. No seu serviço elabora-se um plano terapêutico ajustado à condição atual do doente”, partilhado pela equipa assistencial e consensualizado com o doente e/ou a sua família *

16. No seu serviço o plano terapêutico ajustado à condição atual do doente”, fica documentado e justificado nos registos clínicos *

17. No seu serviço evita-se fazer ao doente em condição de últimos dias de vida exames e procedimentos diagnósticos que comprometem o conforto ao doente *

18. No seu serviço, no doente em condição de últimos dias de vida pondera-se a indicação para estabelecer DNR (Decisão de Não Reanimar) documenta-se nos registos clínicos *

19. No seu serviço, valorizam-se as necessidades espirituais do doente em condição de últimos dias de vida e da família. *

20. No seu serviço, o doente em condição de últimos dias de vida é acompanhado em quarto individual *

21. No seu serviço facilita-se a companhia dos familiares ao doente em condição de últimos dias de vida *

22. No seu serviço, há um plano de cuidados de enfermagem para o doente em condição de últimos dias de vida? *

23. O plano de cuidados de enfermagem inclui: cuidados com a pele, orais, alimentação, eliminação intestinal e vesical, o padrão respiratório, o descanso, e o controlo da dor e outros sintomas de doença terminal. *

24. No seu serviço, nas passagens de turno (escalas, mudança de turnos, fins de semana, férias, …) faz-se uma comunicação estruturada sobre o doente em condição de últimos dias de vida *

25. No seu serviço, facilita-se acesso a acompanhamento religioso e psicológico ao doente em condição de últimos dias de vida e aos seus familiares. *

Obrigado pela colaboração. O seu contributo é precioso e vai-nos ajudar a conhecer a realidade e a propor medidas para a melhorar.