Expectativas e objetivos das V Jornadas do NEMPal “mais que cumpridos”

Realizadas a 16 de setembro na Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, no Porto, as V Jornadas do Núcleo de Estudos de Medicina Paliativa (NEMPAL) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) apresentaram uma “leveza do tema que envolveu e sustentou estas Jornadas e se manteve até ao fim”, tal como referiu Conceição Pires, coordenadora do NEMPAL, em balanço ao evento, que contou com mais de meia centena de participantes.

Além disso, explicou que as expectativas e objetivos foram “mais que cumpridos”, revelando que, além de já estar a ser pensada a próxima edição, estão também a ser planeadas iniciativas formativas no sentido de elevar o nível de formação aos médicos, criar uma rede de contactos, colaborar com a Comissão Nacional de Cuidados Paliativos no que serão os próximos desafios dos Cuidados Paliativos, bem como com o Colégio da Competência de Medicina Paliativa, estreitando os laços entre a Medicina Interna e a Medicina Geral e Familiar.

Como correram as V Jornadas do Núcleo de Estudos de Medicina Paliativa? De acordo com as expectativas? Os objetivos para estas Jornadas foram cumpridos? 

Conceição Pires (CP) – A escolha do tema do “out-of-the-box” foi feita com base em algumas premissas. Em primeiro lugar, com o intuito de introduzir leveza e frescura na abordagem da pessoa-doente, com intervenções ainda mais diferenciadoras, segundo com o intuito de desafiar os profissionais de saúde que trabalham nas equipas de cuidados paliativos, mas não só, a pensar fora da rotina e ainda, porque muito ficou por dizer face à edição anterior. Reunimos profissionais de elevadíssima expertise na área da música e da arte como elementos terapêuticos, e representantes de associações de doentes como a Associação de Doentes Neuromusculares (APN) e a Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica (APELA). Exploramos o que a legis artis reporta sobre as experiências de fim de vida, que certamente todos teremos, e retemos, das ventilações e histórias dos que cuidamos e acompanhamos. Na segunda parte do evento discutimos ciência e, para além dos vários posters, foram selecionadas cinco comunicações orais que pelo seu elevado valor científico e técnico permitiram a partilha e interação entre a tríade apresentador(a)-moderador(a)-assistência. Pensar em cuidados paliativos sem pensar na abordagem da espiritualidade e na capacidade única de comunicar através da Medicina Narrativa é em 2023 inimaginável. Indubitavelmente quem chegou pela manhã saiu diferente da forma como entrou e, como tal, as expetativas, bem como os objetivos, foram mais que cumpridos.

Qual o número de participantes? 

CP – Contámos com a presença de mais de meia centena de participantes que ativamente foram dando o seu contributo para engrandecer este evento. Permitiu-nos perceber, em jeito de reflexão, que existe uma sensibilização e aceitação cada vez maior de skills que se dizem classicamente soft, mas que precisam de ser maturadas junto dos diferentes profissionais que integram as equipes inter e multidisciplinares, dentro e fora das instituições, garantindo cada vez mais a efetividade de um plano individualizado e integrado de cuidados (PIIC).

No final das Jornadas, qual o feedback dos participantes? 

CP – Os espaços que constituem a Fundação Cupertino Miranda, que recebe as jornadas deste núcleo desde a sua génese, estavam povoados mais que de sorrisos e abraços, por partilhas de contactos, trocas de experiências, ventilação de inquietudes e sucessos. Nesse sentido, e por se sentir que a leveza do tema que envolveu e sustentou estas jornadas se manteve até ao fim no rosto dos seus organizadores e participantes, considera-se que sim, o feedback foi positivo.

Está prevista uma próxima iniciativa dedicada à Medicina Paliativa? 

CP – Com certeza. O caminho faz-se caminhando e o caminho que foi feito ao longo destes mais de 10 anos tem de ser continuado não só no sentido de honrar o que é a Medicina Paliativa, mas também por todos aqueles que, em secretariados anteriores, foram disponibilizando do seu tempo, da sua criatividade, da sua sapiência e energia. Um especial agradecimento à pessoa da Dr.ª Elga Freire que foi, e é, a força motriz deste núcleo de estudos, garantindo a sua implementação junto dos internistas e a sua permanência até aos dias de hoje. O atual secretariado, para além de estar já a pensar no programa da próxima edição, a sexta, portanto, está a pensar uma série de iniciativas formativas no sentido de elevar o nível de formação aos médicos, criar uma rede de contactos, colaborar com a Comissão Nacional de Cuidados Paliativos no que serão os próximos desafios dos Cuidados Paliativos, bem como com o Colégio da Competência de Medicina Paliativa, estreitando os laços entre a Medicina Interna e a Medicina Geral e Familiar.

(12/10/2023)