31.º CNMI despede-se com uma lição que une o futuro e a tradição da Medicina Interna
O 31.º Congresso Nacional de Medicina Interna (CNMI), organizado pela Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), entre os dias 22 e 25 de maio de 2025, no Convento de São Francisco, em Coimbra, terminou com a Sessão de Encerramento dedicada à celebração da excelência, à distinção dos melhores trabalhos científicos e à antevisão do futuro da Medicina Interna em Portugal.
A cerimónia iniciou-se com a atribuição do título de Sócio Honorário da SPMI a Fernando Salvador, presidente do último CNMI, constituindo um momento de reconhecimento simbólico do contributo notável desta figura para a valorização da especialidade e da SPMI.
Seguiu-se a entrega do Prémio Dr. Pedro Marques da Silva, com o patrocínio da Bayer, atribuído ao trabalho “trigleceride-glucose index as a predictor of cardiovascular outcomes in acute coronary syndrome patients”, desenvolvido por Rita Noversa, Andreia Sá Lima, Mariana Lobo, Sara de Sousa, Susana Viana e João Caiano Gil.
O Prémio EIMI (Centro de Ensino e Investigação em Medicina Interna) foi entregue aos trabalhos “glicosilação dos anticorpos anti-mieloperoxidase como possível via patológica e preditor precoce nas vasculites associados à anca”, da autoria de João Fernandes Serôdio, Beatriz Santos Pereira, Frederico Batista, Filipe Seguro Paula, Inês Alves, Salomé S. Pinho e José Delgado Alves; “studying peripheral microcirculation in patients with systemic sclerosis and very early diagnosis of systemic sclerosis (VEDOSS)”, de Joana Caetano, José Delgado Alves e Luís Monteiro Rodrigues; e “monitorização de ritmo e AVC Isquémico tipo ESUS: papel de MR-PROANP”, de Paulo Castro Chaves, Mariana Pintalhão, Luísa Fonseca, Benedita Couto Viana e Francisca Saraiva.
Também a Revista de Medicina Interna teve o seu momento de destaque com a entrega do Prémio de Melhor Revisor de 2024 a Ricardo Fernandes e Tomás Fonseca, e de Melhor Caso Publicado a Luís Ramos dos Santos. O prémio para Melhor Revisora de Revista do ano de 2024 foi para a Prof. Doutora Eugénia Cruz.
O Prémio Melhor Caso Clínico do ano de 2024 foi entregue a Rita Serejo Portugal, Maria Helena F. Silva, André Matos Gonçalves, Ana Rita Sanches, Sónia Cunha Martins e Maria Sousa Carvalho, pelo caso “doença de Creutzfeldt-Jacob numa enfermaria de Medicina: uma série de casos”. Seguiu-se o Prémio Melhor Caso Clínico “um olho no passado, outro no diagnóstico: neurossífilis a manifestar-se como olho vermelho” da autoria de Beatriz Luís Lopes, Mariana Alves, Daniel Veiga, Marta Amaro, Carolina Cardoso, David Furtado, Pedro Dias dos Santos, Filipa Pedro, Anna Knoch e Isabel Martins
Já Prémio Melhor Imagem do ano de 2024 foi entregue a Ana Isabel Oliveira, Maria Quaresma, Sofia Cruz e Bruno Ferreira, pela imagem “melanoma: uma localização rara”.
Foram também atribuídos os prémios aos melhores trabalhos científicos apresentados, começando pelo Prémio Melhor Comunicação de Investigação Clínica, atribuído a Cátia A. Martins, Ana Célia Sousa, Patrícia Nunes, João Gouveia, Sofia Almada, Mónica Jardim, Sara Gomes, Eduarda Moniz, Sofia Borges, Maria João Oliveira, Sónia Freitas, Mariana Rodrigues, Eva Henriques, Maria Isabel Mendonça e Roberto Palma Dos Reis, pelo trabalho “O fibrinogénio associa-se ao aumento do risco de doença cerebrovascular numa população Portuguesa”.
O Prémio Melhor Poster de Investigação Clínica foi entregue a Nuno Alemãn Serrano, Tiago Costa-Coelho, Ana M. Sebastião e Maria José Diogenes, pelo poster “BDNF signaling dysregulation across dementias”; “nem tudo o que brilha é ouro – Linfoma T cutâneo”, por André Santos, Diana Raimundo, Ana Patrícia Moreira; Mafalda Vasconcelos, Maria Inês Miranda, João Espírito Santo e Nuno Pina Gonçalves; e “o fibrinogénio associa-se ao aumento do risco de doença cardiovascular numa população portuguesa”, por Ana Célia Sousa.
Existiu ainda espaço para o presidente da SPMI homenagear o Secretariado da SPMI, nas pessoas de Cristina Azevedo, que completou 30 anos na SPMI, Adelina Claudino, 23 anos na SPMI, e Ana Pedreira, com 22 anos na SPMI, que se destacaram pela sua dedicação e organização.
Na reta final da manhã, Nuno Bernardino Vieira, presidente do 32.º CNMI, fez também o anúncio da próxima edição do congresso, que terá lugar no Centro de Congressos de Lagoa, entre os dias 21 e 23 de maio de 2026. Sob o lema “Do Algarve para o Futuro – Inovação em Medicina Interna”, a próxima edição promete dar continuidade ao compromisso com a inovação, o rigor científico e o fortalecimento da identidade da Medicina Interna.
“Do Algarve para o Futuro – Inovação em Medicina Interna, é este o repto a que nos propomos responder neste congresso. Inovar, transformar, criar e modernizar serão palavras-chave no nosso programa científico, onde pretendemos traçar com a participação dos internistas portugueses um caminho de futuro para a nossa especialidade, um caminho que seja gerador de Valor em Saúde, um caminho guiado pela nossa missão: ser o médico do doente”, revelou Nuno Bernardino Vieira.
O presidente do 32.º CNMI anunciou também que a próxima edição irá inovar, com a apresentação de um novo centro de congressos nas margens do Arade, que alia atratividade e funcionalidade. No que diz respeito ao programa científico, será diversificado, privilegiando os hot topics da Medicina Interna, estando orientado para a inovação e para o futuro, com formatos mais apelativos e interativos, que além da atualização científica, possam gerar novas ideias e novos caminhos a seguir. Será ainda promovida a investigação em Medicina Interna, com mais destaque no programa para as comunicações livres dos investigadores.
“Acima de tudo, trabalhamos para que este congresso seja um verdadeiro ponto de encontro dos Internistas portugueses e um ponto de partida para o caminho de valorização da Medicina Interna. Para além do nosso programa científico, teremos ainda para oferecer a quem nos visita nossa hospitalidade, o nosso Sol, o mar e as nossas praias, a beleza das nossas terras, a nossa cultura e tradições, a nossa gastronomia, o nosso património vinícola, em suma o nosso Algarve” concluiu.
Para finalizar a semana dedicada à Medicina Interna, João Porto, presidente do 31.º CNMI, fez o balanço do encontro, sublinhando a forte adesão de participantes e a qualidade do programa científico. Nas suas palavras, os objetivos foram claramente alcançados. “Em termos de balanço, tivemos 1700 inscritos e tivemos a preocupação de fazer um variado número de palestras, mesas-redondas, conferências, que tentassem ser o mais versáteis possível, para que todos tivessem um tema de interesse para assistir a qualquer altura. Desde a hospitalização domiciliária, à doença hepática e à atratividade da Medicina Interna, tentámos variar o mais possível o leque de temas. Tivemos 1348 trabalhos apresentados sob a forma de comunicação oral, posters e imagens. Por isso, queremos transmitir-vos a sensação de missão cumprida”, concluiu o presidente do congresso.
(25/05/2025)