Luís Campos distinguido com o Prémio Nacional de Medicina Interna 2024
O Prémio Nacional de Medicina Interna 2024 foi atribuído a Luís Campos, fundador e presidente do Conselho Português para a Saúde e Ambiente e comissário do Plano Nacional de Saúde 2021-2030, que ainda se destaca pelas suas funções atuais de presidente do Comité de Qualidade de Cuidados e Assuntos Profissionais da Federação Europeia de Medicina Interna e da coordenação da Medicina Interna da Clínica CUF Belém.
Recebido com fortes aplausos da plateia, Luís Campos agradeceu o prémio, dedicando-o aos seus familiares, colegas de profissão, assim como à direção e membros da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), com quem cruzou caminho durante a sua jornada que conta já com décadas de dedicação plena ao setor da saúde. “Agradeço ao José Delgado Alves e a todos os signatários da proposta da minha pessoa para receber este prémio. Como diz a canção de Richard Rodgers,“You Will Never Walk Alone”. O meu trajeto foi sempre feito com equipas excecionais”, afirmou.
O especialista em Medicina Interna, pós-graduado em Direção de Serviços de Urgência pelo INDEG Business School, com Mestrado em Gestão da Qualidade dos Serviços de Saúde pela Universidade de Múrcia e competências em Emergência Médica e em Gestão, pela Ordem dos Médicos, aceitou o desafio de integrar várias comissões hospitalares ao longo da sua carreira, assim como o papel de presidente e membro de múltiplos júris para Assistente Hospitalar, Graduado, Graduado Sénior, Mestrado em Medicina e seleção de diretores de serviço.
Luís Campos apresenta um currículo já com múltiplos cargos na organização de reuniões científicas, entre os quais presidente do 18.º CNMI, em 2019, presidente do 21.º CNMI, em 2015, presidente do 2.º Fórum Internacional sobre o Doente Crónico, em 2010, presidente do 1.º Congresso Nacional de Autoimunidade, em 2009, vice-presidente do 6th International Congress on Autoimmunity, em 2008 e presidente do 1.º Fórum Internacional sobre o Doente Crónico, em 2006.
Simultaneamente, foi coordenador para os cuidados hospitalares do Grupo de Apoio à Implementação de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde, em 2021 e 2022, membro do Conselho Nacional para a Formação Profissional Contínua da Ordem dos Médicos, de 2019 a 2022, membro da Comissão Nacional dos Centros de Referência. de 2006 a 2022, diretor de Serviço de Medicina do Hospital São Francisco Xavier de 2006 a 2021, Professor Auxiliar Convidado da Nova Medical School, de 2013 a 2021, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, de 2016 a 2018, e vice-presidente, de 2014 a 2016.
Foi também membro do Conselho Médico da José de Mello Saúde, de 2015 a 2016, presidente da Comissão Nacional de Qualidade, de 2009 a 2016, membro da Comissão de Acompanhamento da Reforma Hospitalar, de 2013 a 2015, membro da plataforma Gulbenkian Health for the Future, de 2013 a 2014, membro do grupo de trabalho sobre terapêuticas biológicas da Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica, de 2013 a 2014.
O internista integrou o grupo de trabalho que elaborou o relatório de Portugal para o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre Geographic Variations in Healthcare, em 2014, a docência enquanto professor convidado da Escola Nacional de Saúde Pública, de 2011 a 2014, a Comissão Científica para as Boas Práticas Clínicas, de 2011 a 2014, a coordenação nacional do Registo de Saúde Eletrónico, em 2011, e a coordenação nacional do Núcleo de Estudos das Doenças Auto-imunes da SPMI, de 2003 a 2011.
Assumiu ainda a responsabilidade de ser consultor do Infarmed para a introdução de novos medicamentos, de 2007 a 2011, assim como a participação na equipa da José de Mello Saúde que coordenou as propostas de desenho e modelo de governação clínica para os concursos de construção de quatro novos hospitais em regime de PPP, de 2003 a 2009, dois dos quais estão construídos em Braga e Vila Franca de Xira.
O porta-voz da Comissão que fez a reforma das Urgências, de 2006 a 2008, foi também diretor do Serviço de Urgência da Zona Ocidental da Área Metropolitana de Lisboa, no Hospital S. Francisco Xavier, de 2003 a 2006, membro da Task Force da ARS de Lisboa e Vale do Tejo para o EURO, em 2004, consultor da Agência de Acompanhamento dos Serviços de Saúde da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, de 1997 a 2000, e coordenador do Programa Qualidade da ARS Lisboa e Vale do Tejo, de 1998 a 2000
É de salientar o seu percurso como consultor do Governo de Macau, na área da Saúde, na preparação da transição para China, de 1997 a 1999, coordenador da Comissão de Reestruturação das Urgências nos Açores, em 1998, adjunto da Direção Clínica do Hospital S. Francisco Xavier, de 1994 a 1996.
Foi bolseiro do British Council no Hammersmith Hospital, em Londres, em 1986. Entre 1984 e 1986 foi responsável pela supervisão das equipas móveis de Emergência do Serviço “115”, da PSP de Lisboa, Porto, Coimbra e Setúbal, de 1984 a 1986, assim como responsável pelo Serviço de Medicina do Hospital de Lagos, de 1981 a 1982.
É membro do Conselho Científico de várias revistas científicas nacionais, tendo realizado mais de 500 conferências, foi autor ou coautor de cerca de 340 comunicações, dezenas de publicações, 16 capítulos de livros e foi coeditor de dois livros.
Como mensagem final, o também Honorary Fellow do American College of Physicians e Fellow da European Federation of Internal Medicine deixou uma nota de esperança para a sua especialidade de eleição. “Todos sabemos a crise que a Medicina Interna atravessa e espero que tenhamos capacidade de a ultrapassar. Isso começa por reconhecer que temos a mesma matriz genética, mas diversos fenótipos de ser internista. Tenho a profunda convicção que a incerteza do futuro, o tipo de doentes que temos de cuidar, a hiperespecialização crescente e as principais inovações organizacionais na área hospitalar necessitam do nosso modelo de Medicina Interna”.
(26/05/2024)