“Criam-se laços que ficam e uma rede de contactos que melhora a interação entre os formadores em Medicina Interna”

António Martins Baptista, antigo presidente do Colégio da Especialidade e da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, sintetiza os principais momentos que marcaram o EforMI, que decorreu de 27 a 29 de maio, no Luso.

De 27 a 29 de maio realizou-se a EForMI. Qual o balanço que faz desta edição?

O balanço é muito positivo. O ambiente foi extremamente formativo e cordial, tal como queríamos, não apenas numa direção, não apenas conhecimentos transmitidos dos docentes para os discentes, mas sim de interação intensa. Desta escola vão sair dois documentos: um sobre Modificações necessárias nos serviços para melhorar a formação e outro com sugestões para melhoria do Programa de Formação em Medicina Interna. A discussão sobre as Modificações nos serviços foi moderada pela presidente da SPMI, a professora Lèlita Santos e a das melhorias no programa de formação, foi moderada pelo professor Pedro Cunha, presidente do colégio da especialidade de Medicina Interna. Da parte da organização, sentimos os objetivos completamente cumpridos.

Qual o número de participantes alcançado?

Participaram 25 internistas, vindos do Minho ao Algarve, de Lisboa a Portalegre.

Qual a pertinência desta partilha de conhecimento e formação?

A própria escola é uma escola para formadores, que por sua vez vão formar os futuros internistas. O termo formação é, aqui, usado em duplo significado – diria, até em triplo – pois as sugestões que deram de melhoria de processos de formação, é um terceiro vetor que se pode acrescentar aos dois anteriores.

A atualização científica dos participantes em áreas diversas no âmbito da formação em Medicina Interna marca um dos principais objetivos do EforMI. Quais as áreas que estiveram desta vez em destaque?

Houve três momentos de atualização científica, com hot topics em insuficiência cardíaca, doenças autoimunes e diabetes, mas o principal objetivo foi o de melhoria do processo pedagógico. A maioria do tempo da escola foi sobre melhoria da transmissão de conhecimentos e, no fundo, era isso que os formandos vinham à procura.

Valorizar a função de Orientador de Formação em Medicina Interna (OFMI) e capacitá-lo para exercer a atividade formativa com maior qualidade é a génese do EforMI?

É ouvi-los sobre as suas necessidades e entregar-lhes as melhores evidências científicas no processo formativo, para que os formadores da nossa especialidade, procurem a excelência.

Destaca alguma mensagem adicional deste encontro?

Gostaria de assinalar a magia do processo de interação entre formandos e formadores, em que todos ficamos a ganhar. Criam-se laços que ficam para sempre e uma rede de contactos que só pode melhorar o processo formativo em Medicina Interna. Magia e rede, são as palavras que destaco.

A Organização da EForMI é da responsabilidade do Núcleo de Estudos da Formação em Medicina Interna (NEForMI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna. Quais os próximos objetivos a alcançar?

O NEForMI tem um portfólio de cursos muito grande, e o objetivo é continuar a crescer em termos de oferta formativa para os internistas mais novos e também para os mais velhos, nas várias valências científicas, mas também no campo das competências relacionais. Como liderar, gerir o tempo, gerir conflitos, etc. É oferecer uma panóplia formativa que permita aos internistas lidar com mais à-vontade com a multiplicidade de situações, com que se vêem confrontados todos os dias. O campo de ação dos internistas é extremamente vasto (Urgência, internamento, consulta, doente crítico, domicílios) e é preciso que a SPMI e o seu núcleo de formação, abranja as necessidades formativas dos nossos membros.

(31/05/2022)