NEDResp reuniu pela primeira vez desde a sua criação

O Núcleo de Estudos de Doenças Respiratórias (NEDResp) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) reuniu pela primeira vez desde a sua recente formação e o tema escolhido foi “Medicina personalizada nas doenças respiratórias”.

O encontro, que teve lugar no último fim de semana na Sertã, juntou especialistas de Medicina Interna, Medicina Geral e Familiar e Pneumologia, algo que, segundo Alfredo Martins, ilustra a importância desta primeira reunião.

“Esta primeira reunião é muito importante, porque marca uma posição do núcleo, e estamos muito satisfeitos pelo valor de pessoas que conseguimos reunir e que aceitaram participar ativamente nesta reunião, conferindo-lhe grande valor. Essa, aliás, é a perspetiva do núcleo, que defende que deve haver cooperação dentro da Medicina”, afirmou o coordenador do NEDResp, que relembrou que o núcleo nasceu de um interesse particular dos médicos do Hospital Geral de Santo António, no Porto, onde não havia serviço de Pneumologia e existia uma grande vontade de aprofundar conhecimentos e desenvolver competências.

Presente na sessão de abertura, Vítor Branco, secretário adjunto da SPMI, reconheceu que a direção vê com grande satisfação a realização da primeira reunião do NEDResp.

“Esta é uma área que consideramos de extrema importância para a Medicina Interna. Todos temos consciência da prevalência da patologia respiratória crónica e aguda nos nossos serviços, além de que se trata de uma doença com envolvência multissistémica e particularmente válida para ser tratada pelas competências dos internistas”, explicou o especialista, lembrando ainda que os cuidados paliativos são também muito importantes neste âmbito.

“O cruzamento de saberes deve vigorar e tem de existir a preocupação com os cuidados paliativos ao doentes respiratório crónico, pelo que estes também deverão ser do interesse deste núcleo. Além disso”, terminou, “esperamos também que esta seja uma área de grande produção científica e de emissão de normas de orientação clínica por parte do núcleo”.

Armando Carvalho, presidente do Colégio de Especialidade de Medicina Interna, felicitou a criação do NEDResp, destacando a importância da diferenciação de cuidados, “pois hoje é possível sermos internistas mas dedicarmo-nos a áreas mais especificas de especialização”, lembrou.

“Cada vez mais precisamos de grupos multidisciplinares e que os internistas diferenciados possam criar mais valia. Daí a importância deste núcleo e a própria Ordem dos Médicos precisa destes saberes específicos que ajudem a promover trabalhos de investigação e maior dinamismo científico.”

Armando Carvalho salientou ainda que a Medicina Interna não pode dar a imagem de que é uma especialidade que faz tudo em todo o lado e que muitas vezes acaba a fazer o que mais ninguém quer.

“Essa é uma imagem fraca que não podemos passar, e o dinamismo criado pelos núcleos e a criação de trabalho científico é a principal forma de contrariar essa imagem. Um núcleo como este é extremamente importante”, concluiu.

A fechar a sessão de abertura, José Farinha Gomes, presidente da Câmara Municipal da Sertã, agradeceu a escolha do NEDResp pelo seu município para realizar a sua primeira reunião e observou que o tema tinha até ligação com a história recente do concelho.

“A Sertã foi muito atingido pelos fogos de 2017 e naturalmente isso faz-se sentir ao nível das doenças respiratórias na nossa população. Também por isso é extremamente gratificante poder contar com a vossa presença”, agradeceu o autarca.

(03/10/2018)