Hospital Garcia de Orta assinala 1.º aniversário do projeto pioneiro de Hospitalização Domiciliária

Hospital Garcia de Orta assinala 1.º aniversário do projeto pioneiro de Hospitalização Domiciliária

Faz agora um ano que arrancou o projeto pioneiro de Hospitalização Domiciliária do Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada. Os doentes que cumprem determinados critérios têm a possibilidade de ficar internados em casa, recebendo todos os dias a visita do médico e do enfermeiro.
Maria Francisca Delerue, diretora do Serviço de Medicina do HGO, sublinha que a iniciativa “ajuda na recuperação de doentes menos graves, que podem ficar no conforto do lar, menos expostos a infeções”.

HGO

A Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD) iniciou-se em 16 de novembro de 2015, assentando num modelo assistencial alternativo ao internamento hospitalar convencional e que se encontra sob a tutela do Serviço de Medicina do HGO. A pessoa é atendida na própria casa, durante um período limitado, por uma equipa de saúde hospitalar multidisciplinar, composta por 5 médicos, 9 enfermeiros, além do apoio de técnicos de reabilitação, nutricionista, assistente social, assistente técnica e administrativa hospitalar.

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Maria Francisca Delerue salientou que o tratamento é similar ao do hospital, “reduzindo-se também os custos de permanência hospitalar e complicaçöes clínicas, aumentando, ao mesmo tempo, a corresponsabilização da família e do utente”.

A admissão na UHD tem por base alguns critérios clínicos e sociais, segundo disse à Just News o coordenador da equipa, João Correia. “São doentes que, à partida, não irão evoluir para um quadro mais grave, apresentando comorbilidades controláveis no domicílio e que têm um cuidador”, esclareceu.

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Além destes critérios clínicos, existem outros, como as condições de habitabilidade e o facto de o doente pertencer à área de influência do ACES Almada/Seixal, não distando do HGO mais de 30 km. Também existem outros de exclusão, “como uma patologia psiquiátrica aguda, ideação suicida, ser usuário de drogas, indigente e/ou sem-abrigo”.

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João Correia

As vantagens são muitas, principalmente em termos psicológicos, como salientou João Correia. “Um dos utentes chegou-me a dizer que assim era muito melhor, porque não tinha de ouvir os “ai” dos outros doentes, existe outro conforto ao ir à própria casa de banho, ao dormir na sua cama, ao poder receber visitas a qualquer hora…”

Como frisou, ainda, “é uma forma de evitar as síndromes confusionais, frequentes nos mais idosos que precisam de internamento”.

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Maria Francisca Delerue, Júlio Veríssimo, Vitória Cunha, Pedro Correia Azevedo, Rita Nortadas, João Correia e Sérgio Sebastião.

As visitas do médico e do enfermeiro são diárias e, se o tratamento o exigir, este último desloca-se mais de uma vez por dia ao domicílio. Os exames complementares de diagnóstico são realizados antes do internamento em casa, mas, se surgir necessidade de mais algum, os bombeiros deslocam-se a casa para levar o doente ao hospital.

Tal como no internamento habitual, a dieta tem de ser cumprida e a pessoa não pode sair de casa. No fundo, o que se pretende é humanizar a prestação de cuidados, como também fez questão de realçar um dos enfermeiros da equipa, Sérgio Sebastião.

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Para assinalar este primeiro ano de atividade, vai realizar-se na próxima sexta-feira, 25 de novembro, no Hotel Aldeia dos Capuchos Golf & SPA, em Almada, o “1.º Simpósio da Hospitalização Domiciliária – Um novo modelo para a saúde”, que se destina a médicos, enfermeiros, assistentes sociais, terapeutas, administradores hospitalares e outros profissionais de saúde.

O evento conta com o apoio da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), da Ordem dos Médicos e da Ordem dos Enfermeiros. As inscriçöes podem ser feitas através do contacto: simpósio.hosp.domiciliaria@gmail.com. O programa pode ser consultado aqui.

(21-11-2016)